Agora gentilmente o autor nos apresenta e nos
ensina sobre a Hatha Yoga, que nada mais é do que a educação psicossomática de
nós mesmos. A qual tem por objetivo o fortalecimento e aperfeiçoamento do corpo
e da mente.
A partir daí, se conduzida com
responsabilidade e disciplina, o homem é progressivamente presenteado com o
aflorar de si mesmo, expande as suas compreensões e aprende, de modo sutil, que
é portador de potencialidades variadas, que ele próprio desconhece, mas que no
entanto, agora, está sendo capacitado a expressar-se cada vez mais em sua
pluralidade e diversidade. Aquilo que ele próprio ignorava, passa a tomar forma
e a agregar sentido. Só isso em seu livro, já bastaria para nos
encher de graça e esperança, no entanto, Hermógenes vai adiante e nos leva cada vez mais ao aprofundamento.
Na vanguarda da ciência ocidental, a prática
educativa da Hatha Yoga, já postulava desde os seus primórdios, o que a ciência
tradicional, somente de um pouco pra cá, vem aceitando, pesquisando e
ratificando. A suma importância, influência e manipulação das ondas
eletromagnéticas sobre o homem. O qual, desatento, pode submeter-se à
arriscadas experiências e relações. Uma vez que, o nosso sistema psicossomático
– Mente e Corpo – nada mais é, do que um poderoso aparelho receptor, que
atrairá por sintonia, frequências positivas ou negativas, sendo assim, cabe-nos
a reeducação. Urge que nos disponhamos ao processo, compensador, porém, intenso
e difícil, do autoconhecimento, instrumentalizarmo-nos, através do yoga, para
ter forças e capacidade para identificar, e principalmente, transformar, o
imperfeito, em perfeição.
Ora, certamente que isso demanda enorme
esforço e trabalho de uma vida inteira, entretanto, as recompensas são certas.
E a sensação de capacidade e orgulho de si próprio, pela conquista progressiva
de si mesmo, são valores inigualáveis e inestimáveis. E ressalto aqui, que tais
conquistas não são nenhum grande feito cinematográfico, são atitudes simples e
“bobas” de nossa experiência diária e corriqueira, no entanto, arraigadas de
profundos e longos pesares de insucesso, auto e hetero-desengano e sensação de
incapacidade e fracasso.
Todavia, cabe ressaltar que, se tal tarefa é
algo complexo e até mesmo penoso, soma-se a isso o peso de nossa cultura
ocidental. Eminentemente dicotômica e dualista, com imensas dificuldades em
ver, compreender e aceitar os conceitos integrativos e unificadores do yoga.
Sabemos que lentamente estes conceitos estão mudando, entretanto, o homem
ocidental ainda carrega importante dificuldade em entender que, mente e corpo,
nada mais são do que aspectos diferentes que, no entanto, compõem a mesma
unidade. E que “estas forças opostas, quando em equilíbrio, geram o cosmo, a
ordem; em desequilíbrio, o caos, ou seja, a desordem.” (Hermógenes/2009). Deste
modo, a Hatha Yoga, nos proporciona novos conceitos, mais amplos, integrativos
e coerentes, e ainda, oferece-nos o seu amparo terapêutico, introduzindo ordem,
onde há desequilíbrios, transformando o caos em cosmo.
Elis Helena Oliveira Bormann
Psicóloga Especializada em Dependência Química
Pós Graduanda em Yoga pelo Sol Instituto.
Site: www.elishelena.com.br